segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um lugaaaar...

Tinha até esquecido que isso (meu blog) aqui existe!
Lembrei agora, porque tinha muito que pôr este texto na internet. Ele foi escrito por um amigo de uma geração acima da minha do bairro onde me criei, estudante de letras da PUCRS e hoje meu amigo. Este texto foi antes da reforma ortográfica, então qualquer errinho gramatical é porque não quis modificar o texto original, não sou capaz, posso estragar a magia do que foi dito, estragar a poesia para meus ouvidos. Espero que vocês gostem, e se identifiquem, cada um do seu jeito e da sua maneira, vamos lá...

UM LUGAR
Aos meus amigos...
Nunca pensei que as dezoito anos teria minha primeira aposentadoria. Era como uma baixa de quartel. Retirar-se da corporação. Não tinha mais tempo para frequentar aquele lugar e quando tinha não me sentia tão a vontade. Meus amigos também se aposentavam, chegando alguns até a mudar de bairro.
É com nostalgia que observo o campo de medidas irregulares onde marquei meus poucos gols de jogador limitado que fui. Quatro na linha e um no gol. A fórmula perfeita para um jogo que poderia durar horas e resultar em placares alucinantes como 10x08, 12x09, 15x06. Os times eram formados através de um processo bem democrático. Minutos antes de começar a partida os jogadores eram escolhidos um a um, por alguém disposto a assumir tal responsabilidade. O critério de escolha era a habilidade de cada atleta.
As regras sempre pertenceram ao campinho e nunca, digo nunca, podiam ser violadas. Quando algum time visitante vinha jogar em nosso território contra a nossa seleção, da qual nunca fiz parte, eles é que tinham de se adaptar as leis da casa. Quem chuta busca, escanteio cobra-se com a mão e a marcação de falta é decidida no grito. Outra coisa que nunca precisou ser esclarecida entre nós eram as medidas de nossa casa, delimitadas pelo desnível da cancha de bocha nunca finalizada de um lado e o poste de luz do outro. Sendo assim, a lateral que fica do lado do poste era pouco mais que um metro e meio maior que a outra.
Ao final de cada jogo, ou jogos no caso de haverem mais de um time, os jogadores ficavam ali pela praça, sentados nos bancos e em um tronco de árvore improvisado como assento. longas conversas se desenreolavam, nada muito íntimo. Falava-se de tudo. Uma visão adolescente sobre o mundo que nos cercava. As meninas normalmente não frequentavam o campinho e quando apareciam, não recebiam a merecida atenção.
O que me conforta é saber que minha ausência não resulta no abandono daquele lugar. Nos últimos meses, outra geração conquistava autonomia suficiente para tomar conta do local. Estes novos freqüentadores abraçaram o campinho como eu o abracei. Respeitaram suas regras e até melhoraram nossa casa, coisa que poucas vezes fizemos. Mesmo assim zelamos por aquele pedaço de terra do qual nos sentíamos donos. Lutamos contra os moradores que ameaçaram transferir o campo para outra praça, dizendo que construiriam um campo maior e em melhores condições que o nosso. Relutamos. Não tinhamos bons argumentos, simplesmente não queriamos sair dali e refutamos a idéia. Chegamos a usar da força como ferramenta de protesto quando numa madrugada destruímos a cancha de bocha que estava sendo construída ao lado do campinho e sumimos com as golerias do campo novo na outra praça.
O tempo passou. Sei que a geração que me sucedeu, hoje foi substituída por outra que mal conheço. Só sei que quando os vejo me vejo menor. Antes de mim, tenho conhecimento de outras duas gerações que tão pouco sei sobre seus paradeiros. Sinto vontade de voltar lá agora. Às vezes nos encontramos no banco para tomar um mate, só que hoje, ao contrário de outros tempos, este encontro é cuidadosamente agendado. Na última vez fui pego de surpresa. A ausência de alguns jogadores nos obrigou a jogar de calça jeans. Bom para relembrar outros tempos, mas foi estranho. Não somos mais os mesmos e perdemos o jogo. A magia daquele lugar continua igual. Ficamos sabendo que contra a vontade dos jogadores a fogueira de São João continua sendo armada no meio do campo, o que resulta na inutilização do mesmo por mais de uma semana.
O campinho é mais que um lugar onde se joga futebol. É um lugar que eu ajudei a criar. Um lugar onde formei amigos. O lugar que me deu a autoconfiança que tenho hoje. O campinho é um lugar que eu aprendi a amar.
Vandré La Cruz.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Quando eu crescer...

Jogador de futebol, era isso que eu dizia para o meu pai: "Quando eu crescer, vou ser jogador de futebol". Meu pai sorria e me dava total apoio nessa escolha. Entretanto, talvez meu pai não queria me contar, ou até mesmo não se dera conta de que, eu e mais milhões de meninos tinhamos o mesmo sonho, afinal de contas, o Brasil é o "pais do futebol". Com o passar dos anos fui me dando conta disso e amadurecendo outras idéias na minha cabeça, "quando eu crescer vou ser jornalista. Melhor ainda, vou ser professor! Não não, vou ser fotógrafo...". Hoje tenho 19 anos e não faço a mínima idéia do que irei ser quando "crescer".

Daqui alguns dias completo 20 anos. Já se passaram duas décadas e eu ainda não sei o que quero ser da vida. Tem dias que acordo disposto, com muita energia, vontade de sair para praticar esportes. Pedalar, correr, comer e beber alimentos saudáveis, isso são só alguma da atividades que faço quando sou presenteado com um dia de sol aqui em Porto Alegre - dia cada vez mais raro, devido à chuva que não para de cair aqui na minha querida cidade. Há dias, que apesar da visita do sol, acordo disposto a realizar outro tipo de lazer, que envolva mais raciocínio do que calorias. Vem aquela vontade de ler, ver filmes, escutar uma boa música, ir para um parque apenas aproveitar e pensar na vida, que a mais de 20 anos continua "sem rumo".

Isso ocorre toda a semana comigo, amo praticar esportes como já disse no parágrafo anterior, como também estou cada vez mais apaixonado pelo mundo da comunicação. O que me consola nisso tudo, é que não sou o único perdido nessa vida cheia de "idas e vindas". Há milhares de pessoas que passam por esse tipo de reflexão que estou fazendo e expondo à vocês. São pessoas de todas as idades, adolescentes -que pensam o que cursar na faculdade quando terminarem o ensino médio-, jovens (que assim como eu, cursam uma faculdade, mas pensam em trocar de curso a todo momento), até mesmo adultos bem sucedidos -que apesar do reconhecimento profissional e boa saúde financeira, pensam em jogar tudo pro alto e ir aproveitar algo que eles mesmos se privaram e que no momento, na sua cabeça, é de extrema importância para sua felicidade.

Enfim, isso ocorre o tempo todo com todos. Ninguém sabe como vai ser sua carreira profissional daqui a uma década. Ninguém sabe em qual cidade estará morando quando completar 40 anos, ou qual carreira profissional escolher quando se tem 17 anos, já que mudamos a todo o momento, influenciados pela mídia, pela sociedade, por nossos amigos, por tudo. A única coisa que eu sei, é que: quando eu crescer, eu vou ser feliz!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Entra ano e sai ano e sempre as mesmas coisas.

Meu primeiro texto postado, então não exijam muito do guri aqui. Prometo que melhoro com o passar dos anos...!




Neste primeiro feriado prolongado que ocorreu no dia das crianças, dia 12 de outubro, uma galera migrou em direção ao litoral! Embalados pelo calor -que tomou conta de Porto Alegre, depois do temporal que inundou a nossa cidade e desabrigou vários moradores- muitos aproveitaram o fim de semana prolongado para curtir uma praia com seus familiares e amigos. Até aí tudo bem, fico feliz por quem conseguiu fugir da capital e relaxar. Engraçado que esse relaxamento do feriado não durou para todos.

Mais de 9.000 motoristas foram multados entre rodovias estaduais e federais. Sem falar nos 300 acidentes que ocorreram, fazendo mais de 150 feridos e causando 5 mortes. Imaginem as famílias dessas 5 vítimas, que esperavam seus familiares na volta do feriadão para continuarem tocando suas vidas normalmente, porém foram privados da presença de seus entes queridos.


Todo ano é assim, famílias e mais famílias são desgraçadas por irresponsáveis que sentam na frente de um volante. A única coisa que peço para quem continuar tomando multas e causando acidentes por aí é:
por favor, só não levem pessoas que não tem nada ver com a tua ignorância junto com vocês.